Watchmen: Confira os 8 momentos mais brutais dos quadrinhos

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Watchmen: Confira os 8 momentos mais brutais dos quadrinhos

Há pouco mais de três décadas, quando foi lançado, Watchmen se tornou uma entidade singular e se tornou facilmente identificável, por mostrar de forma marcante momentos violentos sem qualquer tipo de dó de seus leitores. Hoje, o universo criado por Alan Moore e Dave Gibbons contém não apenas o material original, mas também o arco Antes de Watchmen, e o crossover criado por Geoff Johns e Gary Frank para o DCU, intitulado Doomsday Clock.

Em outras palavras, precisamos de uma pesquisa um tanto extensa para encontrar alguns dos momentos mais gores de Watchmen – não por serem poucos, mas por serem tantos, que ficou difícil de escolher quais momentos deviam estar presentes nessa lista. Principalmente do arco Doomsday Clock, que introduziu novos personagens brutais, como a incrivelmente violenta Marionette. E é fácil odiar alguns desses personagens horríveis que estão presentes na lista, considerando que alguns deles foram responsáveis por matar nosso querido Minutemen, e o leitor sabe que esses heróis não serão ressuscitados.

Quando Watchmen foi lançado em 1986, roteirizado por Alan Moore e ilustrado por Dave Gibbons, ele mudou o cenário dos quadrinhos para sempre, e o impacto continua até os dias de hoje. Ao logo dos anos, Moore oficialmente cortou todos os laços que tinha com a DC Comics, e pediu que o chamassem apenas de “o roteirista original” em todos os spin-offs de Watchmen. Apesar dele ter rejeitado qualquer ligação, seus personagens continuam sendo relacionáveis e interessantes há mais de três décadas após a sua criação.

8. O Comediante executa Bobby Kennedy

No quadrinho de Watchmen, tudo aponta para que o Comediante foi o real culpado pela morte de John F. Kennedy – um fato visualmente confirmado pela adaptação cinematográfica de Zack Snyder.

Entretanto, quando a DC Comics lançou a série prefácio intitulada Antes de Watchmen, foi revelado que o Comediante na verdade não puxou o gatilho, e ele era de fato um grande amigo de JFK. Robert F. Kennedy era irmão do então Presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy. Ele serviu como promotor durante o mandato de seu irmão, e após sua morte, sob o mandato de Lyndon B. Johnson.

Robert liderou a “Guerra ao Crime” mas encontrou opositores entre o povo Americano. Ele também bateu de frente com alguns xerifes, ao afirmar que eles eram criminosos. Ele se tornou amigo de Eddie Blake durante uma luta entre Cassius Clay e Sonny Liston. Blake se tornou tão próximo da família Kennedy, que chegou a participar dos tradicionais jogos de rúgbi – vale lembrar aqui que apenas os amigos mais próximos eram convidados para os jogos – da família. Isso faz todo o desenrolar da história se provar ainda mais brutal, quando o Comediante acaba matando de verdade um dos Kennedys, tomando o lugar de Sirhan Sirhan – quem realmente matou o irmão de JFK no mundo real – e executando Bobby Kennedy.



7. Um Minutemen mata o outro

O quadrinho original de Watchmen é extremamente denso, com muitas histórias de plano de fundo e arcos misteriosos que continuam não resolvidas até o fim dos quadrinhos. Um das maiores pontas soltas é o destino do Justiça Encapuzada, um dos originais Minutemen. Os fãs têm escrito ensaios ao longo dos anos sobre o que pode ter acontecido com Justiça Encapuzada, mas os eventos de Antes de Watchmen revelaram seu fim trágico.

A minissérie Minutemen cobriu um incidente em que o Justiça Encapuzada foi culpado pela morte da heroína Silhouette, outro membro fundador do grupo. O Justiça Encapuzada foi morto pelo Coruja original, que buscava vingança, antes que a verdade fosse descoberta.



6. Rorschach joga óleo quente em seu companheiro de prisão

Se os tempos na prisão de Walter Kovac nos ensinou uma coisa, é que ele não é bom em fazer novos amigos. Todo mundo que Rorschach conhece dentro da prisão ameaça matá-lo – já que ele antes era um super-herói e é diretamente responsável por colocar alguns daqueles bandidos naquele lugar.

Por sorte, Rorschach rapidamente encontra uma maneira de esquentar as coisas após uma “calorosa” recepção em Watchmen #6.

Após seu companheiro de prisão Otis segurar um canivete (uma faca improvisada) em suas costas, Kovac faz a melhor retaliação de todas, joga uma panela de óleo fervente no rosto de seu inimigo, deixando-o com queimaduras de terceiro grau. Após ele ser arrastado para confinamento na solitária, Rorschach grita deixando claro para os detentos: “Eu não estou trancado aqui com vocês. Vocês estão trancados aqui comigo!

A sequência é incrível, e Zack Snyder soube transpôr a cena dos quadrinhos com perfeição para a adaptação cinematográfica. Confira o vídeo abaixo:

Essa sequência assustadora nos faz lembrar que apesar de Rorschach ser um dos mocinhos, ele não é necessariamente um cara bom… mostrando que ele não segue o mesmo código moral que os heróis comuns. Ele pode lutar tão sujo quanto seus oponentes, e não tem pena de ir até as últimas consequências.



5. O colapso mental do Comediante

Watchmen #2 aborda diversos eventos da vida do Comediante, mas indiscutivelmente, um dos momentos de maior tensão é também um dos poucos em que Edward Blake mostra um pouco do que parece ser humanidade. Enquanto ele senta na cama de seu antigo inimigo, Moloch, colocando seu coração e alma para fora para um homem que uma vez foi seu inimigo, ele pede para que “alguém por favor o explicasse”.

É claro, que é Blake quem está explicando para o leitor o que está por vir: seu monólogo bêbado e teorias de conspiração para incitar o ódio de Deus (leia-se: Dr. Manhattan) quase que adianta todos os elementos e temas do maior plot do quadrinho, fazendo essa ser uma das cenas que merecem ser revisitadas.

Nada disso nos faz sentir pena de um otário como Blake, mas nos deixa desconfortável… mas essa é a beleza do quadrinho. Ao justapor a vulnerabilidade emocional de Blake com seus muitos atos de brutalidade e violência, Moore e Gibbons nos dão uma visão arrebatadora de um personagem extremamente complexo, que foi uma vez um herói, vilão e incapaz de salvar a si mesmo. Se isso não é uma subversão assustadora para o gênero de super-herói, eu não sei o que é.



4. O comediante mata sua amante e seu filho

É justo dizer que o Comediante gosta um pouco demais de guerra. Ele é, como Dr. Manhattan diz após conhecê-lo, “deliberadamente imoral” e parece ter um prazer divino em matar seus inimigos. Mas sua sede de sangue e sua facilidade para entrar em batalhas, não são nada se comparados com o ato mais cruel já cometido por Blake em Watchmen: o assassinato de uma jovem vietnamita que dizia estar grávida dele.

A sequência chocante acontece em Watchmen #2, após a jovem grávida confrontar Blake em um estado emocional, temendo por ele deixar o país com as tropas Americanas ao fim da guerra, deixando-a sem qualquer tipo de suporte, seja financeiro, ou mesmo sem assumir o papel de pai. Ela quebra uma garrafa e corta o rosto dele, e ele simplesmente aponta uma arma para a jovem e atira nela… enquanto o Dr. Manhattan testemunha sem fazer nada.

Esse evento chocante, mostra mais profundamente quem é o personagem do Comediante, e o quão longe ele é capaz de ir. Mas também serve para reforçar os comentários políticos de Moore e Gibbons acerca da guerra.



3. Rorschach deixa um homem amarrado em um prédio em chamas

Um dos momentos mais intrigantes da série Watchmen, é quando – por causa de uma maneira não-linear -, o leitor pode testemunhar o desenvolvimento dos personagens ao longo de décadas. Quando os leitores encontram Rorschach pela primeira vez, ele está preparado e disposto a tudo, e é indiscutivelmente um vigilante louco, mas subsequentes flashbacks revelam que ele nem sempre foi assim.

Um personagem que define o futuro de Rorschach é mostrado quando o detetive tenta encontrar uma criança desaparecida, apenas para descobrir que o sequestrador já havia há muito tempo assassinado a criança, dado ela de comer aos cachorros e queimado as evidências.

A vingança de Rorschach envolve matar os cachorros, algemar o assassino, e deixa-lo para serrar sua própria perna para fugir de um prédio em chamas – isso é tão aceitável quando assustador. E esse evento claramente o coloca em um caminho para se tornar a ameaça mascarada que os leitores passaram a conhecer.



2. Rorschach vira poeira

Não são muitos roteiristas que são capazes de fazer que os leitores desenvolvam simpatia, ou qualquer outro sentimento de que tudo desse certo a um personagem tão instável e anti-social como Rorschach, mas isso é algo que Alan Moore e Dave Gibbons conseguiram fazer facilmente.

Um dos momentos mais sangrentos e mais aterrorizantes, na série Watchmen original está perto do fim. Nesse momento, os leitores já viram o quão poderoso o Dr. Manhattan é, e é capaz de atomizar as pessoas, mas isso não nos prepara para o momento em que ele aniquila completamente Rorschach.

As razões de Dr. Manhattan fazê-lo eram compreensíveis, enquanto Rorschach insistia em demonstrar uma distinta inabilidade de se comprometer. Mas isso não muda o fato de que os leitores precisaram assistir seu vigilante favorito virar uma pilha de neve rosa. Enquanto um Rorschach desafiador dizia, “Faça!”, a maioria dos leitores gritava “Não!”.



1. Ozymandias vence

Como sempre, nós guardamos o melhor por último – ou pra ser mais preciso, o momento mais brutal – até o último momento. Em Watchmen #11, os Minutemen finalmente descobrem que Adrian Veidt, também conhecido como Ozymandias, é quem está por trás do assassinato do Comediante, e pior ainda, tem um plano para trazer o “Inferno à terra”, na cidade de Manhattan em um esquema “a lá Cthulhu“, um pseudo-monstro espacial.

Justo quando você pensou que Moore e Gibbons estavam para confirmar tudo que o super-vilão fez e o que seria preciso fazer para pará-lo, eles revelaram o momento mais chocante de toda a série: que Ozymandias havia começado o ataque 35 minutos antes daquela conversa, e não havia nada que os Minutemen pudessem fazer para pará-lo. A carnificina resultante dos atos de Adrian, foi revelado em Watchmen #12, e é tão gratuito quanto se pode esperar.

Por mais chocante que a sequência seja, é indiscutível que Ozymandias ensaiando um terrível ataque de aliens em Manhattan era o melhor cenário para um mundo a beira de uma guerra nuclear. Isso, talvez, seja o momento mais controverso da série de Alan Moore e Dave Gibbons, quando você analisa a história como um todo. Quando um cefalópode genocida é o melhor que você pode esperar, você sabe que tem problemas muito mais sérios.



Tem algum momento da série Watchmen que você acha que merece lugar nessa lista? Conta pra gente nos comentários abaixo! Vale lembrar que a série Watchmen estreia na HBO no próximo domingo, dia 20 de Outubro!

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