CRÍTICA – Nós (2019, Jordan Peele)

    Antes da crítica completa, dê um confere em nossas primeiras impressões logo após assistirmos ao filme Nós em sua sessão para a imprensa:

    O gênero de terror teve uma renovação forte nos últimos anos. Desde que James Wan criou o “Invocaverso”, tivemos filmes muito bons como Hereditário, Grave, Apóstolo, A Bruxa e Corra!, do próprio Jordan Peele, que ao dirigir Nós, mostrou que é um dos grandes nomes dessa safra de bons diretores.

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    Adelaide/Addy (Lupita Nyong’o) e Gabe (Winston Duke) decidem levar seus filhos para a antiga casa da praia da família de Addy. Lá, encontram situações estranhas e uma cópia sinistra deles mesmos, fazendo-os lutar pela própria sobrevivência.

    Peele inicia a trama de forma aleatória e confusa propositalmente. As primeiras reações que temos é de uma mulher atormentada pelo passado e vários flashes de um quebra-cabeça que serão montados ao longo da história, pois Addy é uma personagem com muita complexidade, demonstrando facetas amorosas, de medo e receio por voltar ao local de origem de seus traumas de infância.

    A atuação brilhante de Lupita, uma vez que tanto a versão de Adelaide, quanto a sua cópia, Red, são complementares, uma pelo amor e vida confortável e a outra pelo sofrimento e ódio.

    Da esquerda para a direita: Shahadi Wright Joseph, Winston Duke, Lupita Nyong’o e Evan Alex.

    A mudança de comportamento é radical e a atriz coloca todo o seu talento em tela, com uma atuação destacada. Outro grande destaque vai para Shahadi Wright Joseph, que interpreta as suas filhas Zora (do bem) e Umbrae (do mal), que intercalando entre a faceta de garota mimada do subúrbio e psicopata implacável, demonstra ser um talento para futuros filmes.

    Por fim, Elisabeth Moss e Winston Duke também possuem destaque. Eles entendem o perfil estereotipado de seus personagens e conseguem cativar e assustar o espectador com pitadas de humor e comportamento atormentado em suas cenas como os vermelhos.

    A trilha sonora é muito bem trabalhada, nos deixando tensos o tempo todo. O espectador fica imerso e consegue sentir o medo e apreensão dos personagens, mesmo em cenas das quais não há perigo. A atmosfera sombria da noite e a luz do dia fazem com que tenhamos a sensação de que a qualquer momento algo de ruim pode acontecer.

    Recentemente Jordan Peele comentou ao Cinema Blend, sobre suas inspirações para a criação da trilha sonora de Nós:

    “Eu adoro músicas que tocam nossos sentimentos mas também contém algum elemento assustador. A batida das músicas que eu produzi é inerentemente confusa, quase remanescente da trilha sonora de A Hora do Pesadelo. Então essas foram as ideias que eu queria trabalhar, e as músicas escolhidas acertaram em cheio.”

    Já o terceiro ato é o único ponto mais baixo do filme, deixando alguns furos que podem ser relevados, mas que fecham a trama de forma um pouco disforme do que é trabalhada, entretanto, nada que atrapalhe a ótima experiência que temos ao longo do filme.

    Nossa nota


    Jordan Peele
    deixou de ser uma promessa e se tornou um diretor consolidado. Com um orçamento de 20 milhões de dólares, conseguiu fazer um filme que mistura arte com entretenimento, tornando-se uma das referências de sua geração.

    Confira abaixo o trailer legendado:

    Nós chega aos cinemas nesta quinta-feira, 21 de Março. Não deixe de conferir e lembre-se de voltar aqui para deixar seus comentários e sua avaliação 😉

    Nota do público
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